quinta-feira, 30 de julho de 2009

Prelúdio de uma não despedida

Me sinto paradoxo,tantas janelas abertas ...Algumas o vento chega e entra redemoinho,outras aquela sequidão morta do lado de fora me dando a certeza que já passou e não há mais vida do outro lado,mesmo avistando toda a paisagem verde que respira.As fechadas são poucas,não sou muito competente em ignorar e simplesmente fecha-las..Gosto de ter o gosto em processar minhas experiencias,mas existem sim...Aquelas onde todo mundo nega até pra si mesmo e nem Deus seria um bom cumplice!
Mas hoje quero dizer de uma janela que nunca se fechará,até porque existe um transito livre e eterno da paisagem externa com o interior da minha casa coração...Dentro das metáforas cheias de significados ,fica o meu sentimento terno pros vizinhos irmãos que co-habitam de uma maneira tão doce e elevada,tão nobre e tão imensa de grandeza ,tão civilizada a ponto de gerar a incompreensão alheia...
Eu saio da mesma casa e a janela apenas migra fisicamente.Poderia pensar que foi tudo um sonho,mas a unicidade é tão visceral e pungente que a realidade tem um gosto melhor...O pequeno distanciamento físico,me dará a experiencia de colocar identidade do meu lado de cá e encher de afeto o meu lar...O vento levará apenas alguns segundos pra entrar e não caberia dessa forma o luto antecipado que venho sentindo...Estarei sempre na soleira se preciso for até ferir os cotovelos,terá potes de flores e aqueles barulhinhos que tilintam em reação ao mais sutil movimento...O cheiro de café coado no bule que é pra dar a sensação do saudosismo e aquela paz que agente tem em casa quando adormecemos com prazer.Pé descalço no tapete felpudo.
A vocês,minhas lágrimas solitárias com aquela ardencia que toma o nariz e ruboriza a ponta dele .A vocês minha eterna gratidão ,o meu afeto,a minha amizade tão prazerosa e cheia de orgulho e de força. O meu não Adeus e sim o meu até daqui a pouco .
A nós,todo sucesso que merecemos ,que venham as festas e os amigos queridos...Que voltem as risadas frouxas,o violão embalado do coro desafinado.Que venha nosso trabalho ,nossas lutas e nossas construções.
Estamos aqui pra experimentar,que bom essa coragem lúcida sem venda nos olhos.O sopro da vida é muito curto ,uma ponte entre dois supostos nadas,façamos o inusitado,arrisquemos sabendo que se o arrependimento aparecer não haverá culpas.Haverá sim,lembranças,histórias,momentos mágicos,risadas,bobagens, construção de intimidades e uma certeza tão forte e brutal,tão incisiva e palpável...Certeza de que somos e seremos privilegiados por nossa coragem e coerencia de sentimento compartilhado!!
A vocês dois meu abraço apertado e protetor.A vocês dois o obrigado por me fazerem descobrir um novo sentimento e crescer como pessoa .O orgulho de tê-los por perto e sempre ,mesmo voces avistando a janela fechada;creiam: é porque fazia frio ,verão pelas frestas a luz acesa e basta um leve empurrão ...Acordarei de sopetão com o som do roçar da madeira pronto pra ouvir e contar histórias ,seja no clarão do dia ou no silêncio escuro das madrugadas...
Salve!!!
Salve!!!
Salve!!!

5 comentários:

  1. Não importa onde você parou...
    em que momento da vida você cansou...
    o que importa é que sempre é possível e necessário "recomeçar".

    Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
    é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
    acreditar em você sempre.

    Pois ...
    agora é hora de reiniciar...
    de pensar na luz...
    de encontrar os seus prazeres.

    Que tal uma nova casa?
    Um novo ambiente?
    Um corte de cabelo arrojado... diferente?
    Um novo curso...
    Ou aquele velho desejo de voltar a pintar...
    Desenhar...
    Dominar o computador...
    Qualquer outra coisa...

    Olha quanto desafio...
    quanta coisa nova nesse mundo de meu Deus te espera.

    Onde você quer chegar?
    ir alto...
    sonhe alto...
    queira o melhor do melhor...
    queira coisas boas para a sua vida...
    pensando assim trará para ti aquilo que deseja...

    Lembre-se, somos apaixonáveis...
    somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
    afinal de contas...
    Nós somos o "Amor"...

    O tempo parece ter sido curto...
    A convivência, intensa...
    A confiança, inquebrável...
    A fraternidade, eterna...
    O sentimento, gratidão...
    O relacionamento, respeito...
    O passado, admiração...

    A despedida, não existe................

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  2. snif snif...Ai ai.
    O que alivia, é saber que você Rodrigo, constrói alicerces tão fortes e lida com a gente de uma maneira tão especial que tenho certeza, que apesar dessa "saudade à trois" que vai habitar sempre esses três coração, sempre poderá ser resolvido e facilitado pela curta distância, e logo que se chegará ao abraço. Entrem, a casa é de vocês...não é assim?
    beijos gratos...
    Iza

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  3. nif snif...Ai ai.
    O que alivia, é saber que você Rodrigo, constrói alicerces tão fortes e lida com a gente de uma maneira tão especial que tenho certeza, que apesar dessa "saudade à trois" que vai habitar sempre esses três corações, sempre poderá ser resolvido e facilitado pela curta distância, e logo que se chegará ao abraço. Entrem, a casa é de vocês...não é assim?
    beijos gratos...
    Iza

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  4. Rodrigo,

    Janelas e portas podem estar trancadas.

    Às vezes é bom mantê-las assim para os outros, filtrar os que entram e os que ficam de fora.

    Não importa.

    Temos o sopro do lobo-mau,

    temos as senhas secretas.

    temos as chaves.

    E é nas chaves, não nas portas e janelas, que se eterniza nossa cumplicidade, nosso elo vital, a magia dos dias vividos.

    Não uma ligação visceral, uma sanguínea sim, que percorre todo o corpo, banha os átrios, alimenta as células, brilha na pele, mantém as lembranças e as saudades.

    Ir e vir são movimentos transitórios do mundo, das situações, dos desejos do coração.

    Estar, ser, pertencer, permanecer vivo dentro... são movimentos definitivos da alma.

    Bem sabes o que eu sinto.

    Levarás isto contigo sempre, mesmo que se acabe o último grão de areia e sobre apenas a ampulheta do tempo.

    E mesmo quando a ampulheta não mais existir, ainda restará o tempo, as horas, as estrelas vistas que já explodiram, as novas que se formaram dentro e fora de nós.

    Deixarás as tuas marcas. As que nem o infinto conseguirá decifrar.

    Levarás as minhas.

    Sobretudo, deixarás e levarás o grande amor. Como algo intrínseco ao todo que somos, indissociável ao que nos faz existir.

    Tão doce. Tão puro. Tão forte.

    Virão novas marcas sobre estas. Novas águas correrão nestes rios.

    Mas o leito já está formado, e é o que permanecerá, com as chuvas ou com as secas.

    Fiquemos assim então: cada qual no canto que escolheu, guardiões das chaves, do sangue, do tempo, das marcas, do leito.

    E que nesses cantos escolhidos caibam sempre o som do seu sorriso e os acordes do meu violão.

    Até breve, até sempre.

    Com todo amor e gratidão,

    Gui

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