E o amor nos ascende numa atmosfera defensiva e tão deliciosa que já faz parte o melindre,o simulacro,as pernas afastadas,nenhum toque,apenas a minha visão paralela te vendo com olhos de águia e depois vendo a tua como presa-predador não sei.
É um amor inventado ,mantido,guardado no fundo abissal que ora vem pra supeficie como luz: rápido,claro,etéreo e denso ao mesmo tempo.
Mantemos nossos limites e conversamos sobre o que aconteceu nesse tempo em que ficamos longe sem nos preocuparmos com outros corpos ,sexos tortos, caminhos perigosos do mundo .A janela maldita existe e seria mais uma vez tolo e mentiroso se dissesse que não temo isso.
O café termina e descemos pro aniversário de tua amiga- meio -namorada,aquela que você disse tão lindo que a beija vez em quando pra simular ou se livrar dos encostos .Eu crio coragem e chego estrangeiro no baixo meretrício ,me sento à mesa e converso simpaticamente com pessoas opacas protegidas da chuva pelo teto de palha ,ouvidos recebendo mpb desafinada e nós dois na métrica dos olhares .Seu telefone toca e eu saio pro cigarro no espaço recluso como eu.Me despeço,os olhares disseram pelo brilho- congelado que aquela noite seria nossa...E no teu abraço eu fiquei,queria te dizer da falta que sinto,mas os trinta segundos de duraçõa disseram tudo.Ficamos ali na chuva translúcida,coloridos,opacidades ao fundo,verde das plantas e escuridão do céu velando nossas diferentes alturas , nuvens de nicotina ,degraus de cimento,saudade morta!
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